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BLOCKCHAIN
26.09.2019
Blockchain – muito além das criptomoedas
A blockchain, corrente de blocos ou cadeia de blocos, foi inicialmente desenvolvida para tornar céleres e confiáveis as transações da Bitcoin, a primeira criptomoeda que atingiu comprovado reconhecimento de confiança em todos os cinco continentes. Com isso, a tecnologia blockchain ganhou notoriedade e status de celebridade, tornando-se, por aclamação da comunidade científica, mais um daqueles casos em que os recursos tecnológicos desenvolvidos são significativamente mais valiosos do que a finalidade para a qual foram criados.
Mas, para que tudo isso seja compreendido de maneira definitiva e passe a fazer mais sentido quando nos referirmos ao conceito de confiança implementada via blockchain, é fundamental entender o que precipitou a criação da Bitcoin. E, para tanto, retornamos no tempo, para 12 ou 13 anos atrás, especificamente para o período em que as sistemáticas desregulamentações legais promovidas pelo governo dos EUA junto aos ambientes de crédito, de avaliação e de validação de ativos imobiliários estavam em franca expansão. Estas, em resumo, teriam sido alguns dos gatilhos que precipitaram uma verdadeira catástrofe no ambiente financeiro mundial, o estouro da bolha imobiliária de 2007 (recomendo o documentário Trabalho interno, disponível no YouTube), culminando na gigantesca crise financeira e de confiança que se seguiu, com severos reflexos no mundo todo, como se sabe.
Em meio ao caos gerado, e muito oportunamente, Satoshi Nakamoto, que até hoje não se sabe se é uma pessoa, uma comunidade, uma empresa, ou até mesmo se realmente existe, publica então o white paper que viria a ser a certidão de nascimento da principal criptomoeda da história até aqui, trazendo, com isso, o preceito de um novo modelo de confiança, totalmente descentralizado, rigorosamente encadeado, com dados encriptados, sem qualquer regulamentação externa e à prova de fraudes. E o nascimento da Bitcoin, implementado sobre a blockchain.
No conceito de segurança, o sistema é praticamente à prova de falhas, devido a estrutura distribuída e descentralizada de validação das chaves e do encadeamento de cada bloco. Nesse caso específico da Bitcoin, quem promove o esforço para realizar os cálculos e encontrar as chaves de encadeamento é conhecido como minerador. Eis então a genialidade da aplicação da Bitcoin, a meritocracia. Pois, aquele que encontrar (minerar) o resultado antes dos demais receberá como prêmio uma fração determinada da moeda. A qual será registrada como a primeira transação no bloco de dados imediatamente posterior, bonificando o minerador por tal esforço.

É uma tecnologia expansiva e pode ser implementada com diversas informações e regras, desde que mantidos os elementos de segurança fundamentais. Cinco elementos, atualmente utilizados na implementação da blockchain do Bitcoin: número sequencial do bloco, chave de encadeamento do bloco anterior, conteúdo do bloco, número sequencial único (timestamp) e, por fim, a chave de validação que chaveia o bloco e serve como elo para o bloco posterior referenciá-lo.
A blockchain vem sendo considerada uma das inovações mais promissoras junto à área de contabilidade. Muito em função da similaridade de conceitos e de recursos implementados na tecnologia em face dos utilizados na área de aplicação da Ciência Contábil. E já tem potencial para se tornar base para a maior disrupção jamais vista no setor financeiro/contábil. Superando inclusive a tão temida aprendizagem automática de máquina. Uma vez que é a única capaz de alterar a estrutura de lançamentos que conhecemos hoje para o que vem sendo chamado de partidas triplas, já pré-auditadas.
Isso porque questões relativas à escrituração de registros sequenciais, utilizados na blockchain, são bastante similares às utilizadas nas escriturações de livros diários no âmbito da contabilidade, contudo permitem registrar em um único Livro Razão as movimentações de todos os envolvidos simultaneamente. E com alta resistência à modificações nos dados, devido a impossibilidade de alterar dados retroativamente.
Trata-se de algo similar a um banco de dados, em que todas as transações vão sendo registradas sequencialmente e recebendo uma impressão digital à medida que os blocos vão sendo preenchidos e fechados, como as informações em um livro diário. Porém, mantendo as movimentações simultâneas de todos os envolvidos, e sendo atestadas em tempo real como válidas, íntegras, por todos os envolvidos, sem a possibilidade de repúdio.
E é justamente em função da característica de confiança mútua distribuída dessa tecnologia, que ela está sendo comparada ao advento da internet. Cientistas de dados apontam que a tecnologia blockchain estará para as áreas financeira, contábil e fiscal assim como a internet esteve, nos últimos anos, para as áreas de comunicação, mídia e comércio eletrônico.
Atualmente, a tecnologia em questão encontra-se em fase de testes quanto a sua aplicabilidade, fase de dissimulação, no ambiente de negócios em iniciativas como: aplicações para controle de rastreabilidade de cadeia produtiva, “toquenização” de ativos, ampliação da utilização de contratos inteligentes, registro de movimentações financeiras autônomas e robotizadas em bancos digitais, gestão e transferência de propriedade de imóveis, entre outras tantas.

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